O que falar de algo que muito pouco é possível se resumir
em palavras? Por mais que palavras façam parte das suas composições...
Falar sobre música e o seu significado é quase tão
difícil quanto descrever a saudade que temos de alguém, o amor que arde o peito e inunda os olhos ou,
até mesmo, a dor íntima e profunda de cada um.
A música acompanha a vida, talvez seja até uma expansão
dela. Uma expansão de sentidos que proporciona
a materialização de sentimentos e emoções, a partir do toque de uma corda de
violão, de um sopro de uma flauta doce ou de um choro de uma gaita triste.
Música é um dos instrumentos únicos de comunicação da alma, tradutor universal do
seu silêncio íntimo, exteriorizador de suas emoções inenarráveis. Ela nos rouba, ela nos resgata. Transporta a mais dura
tristeza e a mais encantadora alegria, nos ensina e nos permite a transmissão da
verdade que falhamos ao tentar expressar em palavras, como diria um velho livro
da minha prateleira “...as palavras reduzem as coisas que pareciam ilimitáveis
quando estavam dentro de você à mera dimensão normal quando são reveladas”(1).
A música revela muito mais sobre nós do que sobre quem a compôs, ela é absorvida no nosso íntimo de acordo com o nosso entendimento, de acordo com a nossa emoção.
Ouço música e lembro da emoção de descobrir um amor...
Ouço música e lembro das minha batalhas pessoas, das minhas conquistas e das minhas perdas que tanto me ensinaram...
Ouço música e lembro do meu pai, posso
sentir o amor que adentram meus ouvidos e envolve o meu coração. E este amor nunca mais
irá embora, mesmo no momento em que a música acabar. O sentimento que estava exilado reencontrou o seu velho lar em meu coração.
(1) "O Corpo", Quatro Estações - Stephen King
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